Na região Centro-Oeste do Estado de Goiás, em meio à vegetação típica de Cerrado, com os seus 44.058 km² de área geográfica, abrangendo 37 municípios, com 42 paróquias, do chamado “mato-grosso goiano”, situa-se a Diocese de São Luís de Montes Belos.
Os inícios do processo de evangelização em nossa Diocese se devem principalmente aos missionários dominicanos, redentoristas e agostinianos que por aqui trabalharam até meados de 1958 quando deu-se o início do desmembramento de três Igrejas Particulares, a saber, Arquidiocese de Goiânia, Diocese de Goiás e Diocese de Jataí, que assim comporiam o que hoje conhecemos por Diocese de São Luís de Montes Belos.
Para a formação da nova prelazia que depois se tornou Diocese, houve a presença e chegada indispensável e histórica dos missionários passionistas holandeses, da província Mãe da Santa Esperança.
A congregação dos missionários passionistas mantinha naquele tempo uma missão na Bulgária e outra na Indonésia. Contudo, por motivos políticos, as duas missões começaram a sofrer restrições, sendo que na Bulgária, os passionistas foram expulsos, já na Indonésia foi proibido a entrada de missionários.
O provincial passionista holandês de então, Pe Stanislau Van Melis, CP, pediu ao superior geral a permissão para iniciar uma missão na América Latina, uma vez que na Holanda os seminários e conventos estavam cheios. A princípio Pe Stanislau pensou na Argentina, mas lá também a situação política era desfavorável à Igreja Católica.
Resolveu visitar o Brasil buscando apoio junto aos passionistas residentes na província do Calvário em São Paulo. Em 1956, foram enviados os três primeiros missionários, a saber, Pe Venâncio Van Kuppenveld, CP, Pe Wiro Van Vliet, CP. e Pe Guilherme Van Lier, CP. Os três encontraram apoio junto aos passionistas do Calvário (SP), assim foram conhecendo a cultura brasileira e aprendendo a língua portuguesa. Visitaram muitas paróquias de Minas Gerais e também no estado de São Paulo, mas foi em 1958 que Pe Stanislau, CP esteve com o núncio apostólico, Dom Armando Lombardi, que falou das grandes potencialidades do estado de Goiás, pois a nova capital federal estava sendo construída.
Pe Stanislau, CP, e Pe Venâncio, CP, vieram à Cidade de Goiás para conversar com Dom Cândido Penso, bispo diocesano de Goiás da época, uma vez que este já havia escrito ao núncio apostólico pedindo sacerdotes para sua Diocese. Dom Cândido ofereceu logo duas paróquias, Iporá e Aurilândia, que hoje correspondem aos municípios de Iporá, Amorinópolis, Diorama, Montes Claros de Goiás, Ivolândia, Cachoeira de Goiás, Moiporá, Israelândia, Jaupaci, Aurilândia, São Luís de Montes Belos e Firminópolis. O arcebispo de Goiânia, Dom Fernando Gomes dos Santos, oferecia-lhes a paróquia de Anicuns, abrangendo, hoje, os municípios de Americano do Brasil, Adelândia, Turvânia e Avelinópolis, mais as paróquias de Pontalina, Goiatuba, Jandaia e Edeia.
Ao mesmo tempo, o bispo de Jataí, Dom Abel Ribeiro, tinha paróquias a oferecer, mais concretamente, Caiapônia, Quirinópolis e Mineiros. Da Diocese de Jataí, apenas Caiapônia poderia ser aceita, pois era uma paróquia de vasto território, compreendendo hoje os municípios de Caiapônia, Doverlândia, Palestina, Piranhas, Arenópolis, Bom Jardim de Goiás, Baliza e Aragarças. Em 1959, mais missionários passionistas chegaram à Goiânia e foram recebidos pelos missionários redentoristas de Campinas.
Pode-se dizer que não tinha quase nada para o funcionamento normal de uma paróquia, faltava igrejas, casa paroquial, salas para catequese, por isso, os missionários holandeses estavam cientes que era necessário começar das bases.
Durante dois anos, muitos contatos foram feitos com autoridades eclesiásticas e superiores religiosos tanto no Brasil, como em Roma. Finalmente, em 25 de novembro de 1961, foi publicada a Bula Cum Venerabilis, do Papa João XXIII, criando a Prelazia de São Luís de Montes Belos, com território desmembrado da Arquidiocese de Goiânia e das Dioceses de Goiás e Jataí. Foi confiada pela Santa Sé aos cuidados da Congregação da Paixão de Jesus Cristo (missionários passionistas).
Para pastorear a nova prelazia foi ordenado bispo, Pe Stanislau Van Melis, CP, sendo o primeiro bispo diocesano. Sucedido em 1987 por outro passionista, Dom Washington Cruz, CP, que guiou a diocese até o ano de 2002, quando foi transferido para Goiânia, onde se tornou arcebispo metropolitano.
Para suceder Dom Washington Cruz, CP, veio Dom Carmelo Scampa, que foi nosso bispo diocesano por 17 anos (2003-2020), missionário diocesano italiano. No dia 22 de janeiro de 2020, o Papa Francisco aceitou a renúncia de Dom Carmelo e nomeou nosso 4º bispo diocesano: Dom Lindomar Rocha Mota, que tomou posse em nossa Diocese no dia 16 de maio de 2020. Assim continuamos a construir a história de nossa Igreja Particular de São Luís de Montes Belos sob o olhar e a intercessão da Mãe da Santa Esperança e de São Luiz Gonzaga, para sermos cada vez mais sinais de Jesus Cristo, nessas terras goianas e brasileiras.