O chapéu e as borlas: o chapéu do peregrino em verde escuro, com as borlas, é um emblema comum no brasão dos Bispos. As seis borlas são sinais da continuidade na comunhão hierárquica e representação apostólica. No brasão do Bispo são seis de cada lado.
A Cruz e o Báculo, justapostos, indicam a configuração ao Bom Pastor, que é Cristo. Aqui, este símbolo é inspirado naquele do Arcebispo de Diamantina, que, através da sagração, transmite ao novo Bispo a tradição apostólica.
No escudo estão os símbolos que representam minha jornada e compreensão pessoal da fé.
A Cruz prateada, ao Centro, remonta ao fato definitivo da vida cristã! O sacrifício de Cristo é origem dos fatos mais significativos da história da humanidade e da Igreja. A Cruz divide a história entre o desafio da morte e o triunfo da vida. Ela liga, através do amor ilimitado, o sofrimento do martírio com a esperança de todos os homens e mulheres, irmãos e irmãs de nossa caminhada.
A cor vermelha, no lado esquerdo de escudo, é a representação do martírio de Cristo e de todos os Santos da Igreja.
Na parte superior, a esquerda do escudo, ainda sob o vermelho do martírio, a Flor de Liz, como o símbolo Mariano, nos apresenta a flor mais bela e nobre que foi preparada para perpassar a vida de Cristo e dos cristãos. Maria é a flor que nasce e floresce no momento mais duro da história. A Flor de Liz, rememora também o centro do brasão da diocese de São Luís de Montes Belos, para a qual o Bispo foi designado.
O verde, no lado direito, simboliza a esperança nascida daquele grande acontecimento que foi a autodoação de Cristo. Neste novo tempo as coisas são transformadas no mundo: Os cegos enxergam, paralíticos andam, leprosos são curados, surdos ouvem, mortos ressuscitam, o Evangelho é anunciado aos pobres (Mt 11,4-5). A Paz é oferecida a todos, e feliz é quem não se escandaliza com ela.
A arvore, também prateada, é o resultado do evento Cristo. A Cruz que floresce em todos os seguidores do Senhor, nas inúmeras comunidades de fé, na Igreja espalhada pelo mundo e da qual, também nós, somos parte importante. A árvore deve continuar florindo e gerando novas sementes e ramos, sem se esquecer de sua origem e de onde vem a sua vitalidade. A arvore da vida toca a Cruz ao centro e se unirá cada vez mais a ela.
O Lema, retirado da segunda Carta de São Pedro 1,2, descreve os bens maiores que os filhos de Deus procuram: Gratia et pax multiplicetur (Graça e paz abundantemente). Sendo, cada sacerdote, um distribuidor da Graça de Deus, ele deve se esforçar para manter o coração aberto no acolhimento a todos. Distribuindo com abundância e com generosidade os bens recebidos de Deus: de graça recebestes, de graça deveis dar (Mt 10,8). A Paz, dom maior que se reforça após a Ressureição do Senhor, reflete o testemunho de Fé daqueles que vivem sem medo, porque a morte foi vencida. Saudação dada nas primeiras horas da Ressurreição: Pax vobis (Jo 20,19), ilumina o caminho da Igreja, e é obrigação de cada cristão oferecê-la com generosidade. Afinal, se Cristo não ressuscitou vã é a nossa fé (1Cor 15,14).
Gratia et pax multiplicetur (2Pd 1,2)